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Vacinação contra a gripe: o desafio contra "fake news"

Dr. Sylvio Renan

21/04/2019 04h00

A Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe começou este mês em alguns estados brasileiros e está imunizando o grupo de indivíduos que são considerados de risco: crianças de 6 meses a 6 anos incompletos, gestantes, mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias, pessoas com mais de 60 anos de idade, profissionais da saúde, professores da rede pública e privada, população indígena, portadores de doenças crônicas (diabetes, asma e artrite reumatoide – entre outros).

A ação é de grande importância para conter o quadro crítico mundial de contágio da gripe que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem gerado cerca de 650 mil óbitos por ano em todo o mundo.

A falta de informação ou informações incorretas, sem aval científico, as populares "fake news", tem gerado o que ficou conhecido como "movimento antivacina", propagando efeitos adversos errôneos.

Além das já constantes dificuldades econômicas de produção e distribuição de vacinas, a saúde acaba sofrendo com a crise de credibilidade, aumentando as complicações em efeito cascata para todo o sistema e a população.

Em consultório sempre friso aos pais que, embora a gripe seja uma das doenças que atinja mais pessoas anualmente, ela continua a ser menosprezada pela população, o que explica o alto índice de mortalidade em todo o mundo relatado pela OMS.

Por isso, nesse contexto hostil para a saúde, bebês e crianças estão no grupo de risco (assim como idosos), sendo os mais frágeis na luta contra infecções pelos variados tipos de vírus da gripe, devido a imaturidade do sistema imunológico deles.

O recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e pela Organização Mundial de Saúde é que, a partir de 6 meses de idade os bebês devem receber a vacina contra a gripe. Reforço que as reações à vacina são raras, leves, sendo comum a febre vacinal que é controlada com antitérmicos prescritos pelo médico da criança.

Dores no corpo também podem ocorrer, embora mais raramente, sendo também tratadas com analgésicos. Já qualquer reação maior como vermelhidão geral no corpo, febre alta ou inflamação no local da vacina, devem ser avaliadas em atendimento médico.

Outro alerta importante e que voltei a fazer em consulta é sobre o quão fundamental é que os pais e demais pessoas que tenham contato com a criança e o bebê também estejam vacinadas, já que os vírus da gripe, assim como outros tantos, são transmitidos no contato com a saliva e mesmo ao respirar em ambiente contaminado.

O benefício da vacina é inegável, proporcionando mais segurança para o desenvolvimento pleno da criança; vacine-se e vacine seu filho!

Até a próxima,
Dr. Sylvio Renan

Sobre o autor

Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros é autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas - Do nascimento aos 12 meses" e do livro “Pediatria Hoje”|Formado pela Faculdade de Medicina do ABC. Especializações e títulos pela Unifesp/EPM, Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California - Los Angeles (Ucla). Atuou por quase 30 anos no Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo, cargo que deixou para se dedicar ao seu consultório, a MBA Pediatria, e à literatura médica para leigos.

Sobre o blog

O objetivo deste blog é fornecer informações básicas relacionadas à área da pediatria. São abordados, de forma didática, temas que permeiam o universo da saúde da criança, como primeiros cuidados, doenças mais comuns, vacinação e alimentação. Desta forma, não visa receitar qualquer conduta médica, mas sim proporcionar conhecimento para que os visitantes tenham mais autonomia na escolha de um pediatra para seus filhos.

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