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Coqueluche: adultos devem se vacinar para proteger bebês

Dr. Sylvio Renan

27/01/2019 04h00

Crédito: iStock

A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, sendo transmitida pelas vias respiratórias e que compromete o aparelho respiratório (traqueia e brônquios). Seu contágio se dá pelo contato direto com a pessoa infectada ou por gotículas eliminadas pelo doente ao tossir, espirrar ou falar. A infecção pode ocorrer em qualquer época do ano e em qualquer fase da vida, mas acomete especialmente as crianças menores de dois anos.

Apesar de poder ser prevenida por meio da vacinação, no Brasil os casos de coqueluche cresceram, em 2017 foram notificados 1.900 casos, segundo o Ministério da Saúde, 300 a mais que o ano anterior. Um dos motivos para isso são as lacunas que se abriram nas campanhas para a imunização, sobretudo em adultos, faixa em que a doença costumar passar despercebida, curando-se sozinha, quando não revacinado recentemente.

Por isso é importante reforçar a necessidade de vacinação no adulto como prevenção à criança, uma vez que o vírus incubado pode atingir os pequenos. As vacinas hoje disponibilizadas são acelulares (Vacina Tríplice Acelular) e não causam reações sérias, um dos motivos que afastou o público adulto das clínicas no passado.

Esta doença em especial deve preocupar os pais de bebês e crianças pequenas que não foram vacinadas, principalmente os recém-nascidos que ainda não receberam a primeira dose da vacina.

Esses pequenos têm as vias respiratórias muito frágeis e finas, por isso elas podem ser facilmente bloqueadas pelo muco decorrente da infecção e assim, não conseguirem respirar.

Há alguns anos, tive um caso grave de coqueluche em meu consultório que corrobora para a necessidade de vacinação em adultos, pensando na saúde das nossas crianças: o próprio pai da criança, por não ter tomado a vacina contra a coqueluche, foi o transmissor do vírus.

Os sintomas mais comuns da doença são tosse contínua, por mais de três meses, que emite um som estranho de chiado no peito e costuma causar vômito, febre baixa, coriza, espirro, lacrimejamento, falta de apetite e mal-estar. Estes são muitas vezes confundidos como sinais de um simples resfriado ou uma gripe, dificultando o tratamento correto da coqueluche.

Atualize a carteirinha de vacinação do seu filho, mas não se esqueça da sua. A prevenção ainda é a melhor arma de combate a esta e demais doenças. Todo adulto deve procurar seu médico ou uma clínica de imunizações, visando proteger-se contra uma série de doenças, colaborando, assim, para a não proliferação delas para outras pessoas, sobretudo para as crianças.

 

Sobre o autor

Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros é autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas - Do nascimento aos 12 meses" e do livro “Pediatria Hoje”|Formado pela Faculdade de Medicina do ABC. Especializações e títulos pela Unifesp/EPM, Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California - Los Angeles (Ucla). Atuou por quase 30 anos no Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo, cargo que deixou para se dedicar ao seu consultório, a MBA Pediatria, e à literatura médica para leigos.

Sobre o blog

O objetivo deste blog é fornecer informações básicas relacionadas à área da pediatria. São abordados, de forma didática, temas que permeiam o universo da saúde da criança, como primeiros cuidados, doenças mais comuns, vacinação e alimentação. Desta forma, não visa receitar qualquer conduta médica, mas sim proporcionar conhecimento para que os visitantes tenham mais autonomia na escolha de um pediatra para seus filhos.

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