Refluxo em bebês: quando os pais devem se preocupar?

O refluxo gastroesofágico(RGE) dos bebês é preocupação recorrente dos pais em meu consultório, conscientes da necessidade de ganho nutricional para o bebê.

Comum em bebês, crianças e adultos saudáveis, o refluxo se dá pela passagem de conteúdo gástrico para o esôfago, sendo um processo fisiológico normal.

Os bebês, na fase da amamentação exclusiva por leite materno, ingerem quantidades consideráveis desse leite e se alimentam em intervalos bem menores do que nós, adultos, e ainda costumam passar a maior parte do tempo deitados, o que acaba por gerar mais episódios de refluxo. Depois dos 06 meses aumentam essa carga com a introdução de novos alimentos também sendo normal a presença desse quadro.

Em apenas 2% dos casos é necessária a realização de uma investigação mais profunda e somente dentro desse percentual é que podem ocorrer casos de doença do refluxo gastroesofágico causada por anormalidade anatômica ou funcional da cárdia, uma válvula que se localiza no limite do esôfago com o estômago.

Nesta doença, o bebê apresenta sinais específicos, como vômitos e regurgitações que persistem após os 07 meses de vida, dificuldade de ganho de peso e resultados negativos às dietas, além de sintomas respiratórios como a asma. Mas os pais devem manter a calma, 60 a 80% dos bebês tem refluxo e usualmente ele não é causado por essa anomalia.

A fase de maior incidência do refluxo em bebês se dá aos 04 meses e melhora a partir dos 07 meses, tendendo a desaparecer quando a criança completa o primeiro ano de vida.

As dicas que dou aos pais para evitar o refluxo dos filhos que estão na fase da introdução alimentar é oferecer alimentos mais densos, em pequenas quantidades e com maior frequência. É importante também deixar o bebê em posição mais vertical e o maior tempo possível.

Além de todas essas orientações vale sempre lembrar que cada criança é única e responde emocional e fisicamente de maneiras únicas, por isso o acompanhamento pediátrico é fundamental.

Até a próxima,
Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros