É natural bebês sentirem ciúme dos pais, irmãos e até de brinquedos
A partir dos dois anos de idade as crianças começam a demonstrar comportamentos para além dos estímulos de fome, dor ou sonolência; surgem então as manhas, as birras e o ciúme. Alguns pais não sabem lidar com a recente mudança de comportamento dos filhos, que antes eram mais ativos e brincalhões, passando ao isolamento no próprio quarto ou na área de brincar, com a presença de certa apatia e tristeza.
Preocupados, os pais acreditam que a situação pode se tratar de alguma infecção ou outra doença, porém não é raro quando pergunto às mães se estão grávidas e a resposta é sim. Eis aí boa parte da razão de a criança estar tão diferente: ciúme.
Ao saber da chegada do irmãozinho(a), os filhos mais velhos tendem a se sentir inseguros quanto ao amor e a atenção dos pais e, principalmente, da mãe que dedicará mais tempo ao bebê. A criança pode exprimir insegurança através do silêncio, da falta de apetite e, em alguns casos, com atitudes agressivas e/ou mal-educadas, direcionadas aos pais, familiares próximos e até mesmo ao recém-nascido.
Para evitar essas situações oriento os pais que estão planejando o segundo ou o terceiro filho que se lembrem de manter a conversa diária com o primogênito. Converse sobre sua importância na vida do irmão e como poderá ajudar nos cuidados com o novo membro, gerando assim o senso de responsabilidade e participação que pode diminuir o sentimento de estar sendo deixado de lado.
Outra manifestação de ciúme, comum nessa idade, é com os brinquedos (todos ou algum em específico), em que a criança não permite que outras se divirtam com aquilo que lhe pertence. Tal atitude nada mais é que o pequeno externando o medo que sente quando sai do ambiente que julga seguro, como a própria casa, e se vê em algum local desconhecido ou que ainda não se sinta seguro – como a creche, casa de familiares ou amigos da escola.
Nestes casos é bom se certificar, primeiramente, sobre a segurança do local e orientar o seu filho a respeito da nova situação, seguindo com a explicação da importância em compartilhar seus brinquedos com outras crianças, para fazer novas amizades e juntos aumentarem as opções de diversão e brincadeiras.
Em geral, esse sentimento faz parte de um processo natural no desenvolvimento das crianças que, se bem orientadas, poderão desenvolver atitudes positivas e se empenharem para ser mais sociáveis com os amigos e mais participativos na vida dos irmãos. A conversa é sempre o caminho para uma relação saudável.
Até a próxima,
Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.