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Dor de barriga e febre: o que elas podem ser?

Dr. Sylvio Renan

18/09/2015 15h03

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Que um bebê e uma criança adoecem com mais facilidade isso todo pai e mãe sabem. Mas, o que é inegável, são as dúvidas e, às vezes, o desespero que afligem estes pais em como identificar uma possível doença no seu filho.

Para tentar diminuir estas aflições, reuni algumas dicas sobre os sintomas que as crianças dão, como um sinal, um aviso: 'não estou bem'.

Além do choro, característico de que algo está errado, há outros sinais importantes que indicam que o pequeno pode estar doentinho: a febre e a dor de barriga.

É importante esclarecer que a dor de barriga é absolutamente inexpressiva em bebê e, principalmente, em crianças maiores. Ela pode advir de uma contração muscular (basta lembrar os movimentos bruscos, as cambalhotas e as posturas assumidas pelas crianças), excesso de gases, contrações abdominais por alimentos inadequados, além, é claro, daquelas dores que passam logo após um carinho da mãe (as de origem psicoafetivas).

No entanto existem aquelas dorzinhas que são características de alguma doença. Estas, geralmente, vêm acompanhadas de febre, e não melhoram facilmente com medidas caseiras, além de terem uma tendência a aumentar com o passar do tempo.

Em relação à febre, esta é uma defesa do organismo frente a algum fator agressor, que, ao perceber que está sendo invadido, seja por fungos, bactérias, vírus ou corpos estranhos, aumenta sua produção de leucócitos (ou glóbulos brancos – células do sangue especializadas na defesa contra invasões), dirigindo-se ao local da agressão e iniciando o processo inflamatório visando destruir o invasor. Durante esta etapa, ocorre a liberação de pirógenos responsáveis pelo aumento da temperatura do organismo, o que aumenta o poder de ação dos glóbulos brancos.

Se considerarmos que os vírus e bactérias, quando invadem o organismo, provocam febre antes da instalação da doença a ponto de ser perceptível para diagnóstico médico, a consulta precoce ao profissional não antecipa o início do tratamento. O pediatra (ou outro profissional da medicina) somente prescreverá algum tratamento quando tiver bons indícios ou até a certeza do que está acontecendo com a criança. Dependendo da doença, os sintomas podem aparecer de 1 a 7 dias e, muitas vezes, o diagnóstico é possível somente após exames laboratoriais.

Para amenizar a dor de barriga e, principalmente, a febre, muitos pais recorrem a remedinhos da farmacinha caseira. Mas, afinal, isso é aconselhável? Importante dizer que se o pediatra já prescreveu uma determinada medicação em outras ocasiões, a mesma pode ser utilizada até que o médico seja contatado e informado quando ocorrer um novo sintoma.

Para cessar a febre, por exemplo, o pediatra habitualmente deixa com os pais a prescrição com a dose correta para cada criança, com indicação de antitérmicos que podem ser utilizados quando apresentar febre.

Existe uma tabela que muito auxilia os pais quando precisam recorrer ao pediatra em casos febris:

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Medicamentos podem provocar reações adversas, mesmo que não sejam ministrados em altas dosagens. Como alternativa, outra manobra que diminui a temperatura corporal é dar um banho morno, com temperatura aproximadamente 2ᴼ C abaixo da temperatura do corpo da criança naquele momento.

Contudo, vale frisar que qualquer medicação deve ser prescrita pelo pediatra. Ou outro médico, dependendo de cada caso.

 

 

Sobre o autor

Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros é autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas - Do nascimento aos 12 meses" e do livro “Pediatria Hoje”|Formado pela Faculdade de Medicina do ABC. Especializações e títulos pela Unifesp/EPM, Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California - Los Angeles (Ucla). Atuou por quase 30 anos no Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo, cargo que deixou para se dedicar ao seu consultório, a MBA Pediatria, e à literatura médica para leigos.

Sobre o blog

O objetivo deste blog é fornecer informações básicas relacionadas à área da pediatria. São abordados, de forma didática, temas que permeiam o universo da saúde da criança, como primeiros cuidados, doenças mais comuns, vacinação e alimentação. Desta forma, não visa receitar qualquer conduta médica, mas sim proporcionar conhecimento para que os visitantes tenham mais autonomia na escolha de um pediatra para seus filhos.

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