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Dia Mundial do Rim: crianças e as doenças renais

Dr. Sylvio Renan

09/03/2015 16h28

rins

 

Neste mês de março é celebrado o Dia Mundial do Rim e aproveitando a data próxima – 12/03-, compartilho em nosso blog o artigo da nefro-pediatra Maria Cristina de Andrade sobre crianças e doenças renais: sintomas, diagnósticos, tratamentos e dicas.

Maria Cristina – crianças e adolescentes portadores da doença devem ser envolvidos em ações que forneçam cada vez mais informações sobre a doença, seus impactos sociais, educacionais, familiares e emocionais. O diagnóstico precoce é essencial para se evitarem medidas mais severas de tratamento, nessa faixa etária e no futuro. Inicialmente, alguns sinais da doença podem ser identificados, como atraso no crescimento, anorexia, vômitos, sede e alteração do padrão miccional, por exemplo.

Em casos avançados, os sinais mais evidentes são a baixa estatura, seguida de deformidades ósseas, anemia resistente ao tratamento com ferro, cefaleia e vômitos secundários a hipertensão arterial. Os exames de rotina são importantes, sobretudo quando não há sintomas aparentes.

Durante a gestação também é possível fazer o diagnóstico de comprometimento do trato urinário, pois nesses casos a ultrassonografia no pré-natal pode demonstrar alterações. Além da importância dos exames, o histórico familiar deve ser investigado para saber sobre antecedentes familiares.

A doença ocorre pelo mau funcionamento dos rins, que afeta o desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social, principalmente nas crianças, além de causar morbidade em quase todos os órgãos do corpo humano. A sobrevida da criança com Doença Renal Crônica (DRC) tem aumentado nos últimos 20 anos, mas a mortalidade ainda é elevada, principalmente por desencadear doença cardiovascular, que representa de 40 a 50% dos casos de óbito. A DRC é definida pela presença de lesão e/ou pela perda da função renal, o que pode ser diagnosticada através da dosagem de creatinina sérica.

Os fatores de risco para mortalidade incluem tempo prolongado em diálise e hipertensão arterial. Dos adultos que tiveram DRC na infância, 50% apresentam hipertrofia ventricular esquerda e 30% têm sinais de doenças metabólicas – obesidade, dislipidemia e diabetes tipo 2. A hipertensão arterial, uma sequela comum, causa o espessamento das paredes do ventrículo esquerdo, a principal câmara do coração, que propulsiona o sangue em direção ao cérebro e ao restante do corpo.

O diagnóstico precoce é de extrema importância para reduzir a progressão da doença, assim como ter o histórico familiar para detecção de doença genética hereditária e evitar que outras doenças associadas sejam desenvolvidas, como as do coração, que são a causa de mortalidade mais comum em pacientes renais pediátricos. É importante também o exame de urina, que deve ser realizado rotineiramente durante a infância. Outros exames importantes também devem ser programados para identificação, monitorização e tratamento das disfunções.

Sobre o autor

Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros é autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas - Do nascimento aos 12 meses" e do livro “Pediatria Hoje”|Formado pela Faculdade de Medicina do ABC. Especializações e títulos pela Unifesp/EPM, Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California - Los Angeles (Ucla). Atuou por quase 30 anos no Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo, cargo que deixou para se dedicar ao seu consultório, a MBA Pediatria, e à literatura médica para leigos.

Sobre o blog

O objetivo deste blog é fornecer informações básicas relacionadas à área da pediatria. São abordados, de forma didática, temas que permeiam o universo da saúde da criança, como primeiros cuidados, doenças mais comuns, vacinação e alimentação. Desta forma, não visa receitar qualquer conduta médica, mas sim proporcionar conhecimento para que os visitantes tenham mais autonomia na escolha de um pediatra para seus filhos.

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