Desmame ao seio: quando é o momento certo?
Leite materno é essencial para a saúde do bebê. Sei que já afirmei em diversos momentos aqui e com frequência escrevo a respeito, a fim de reforçar sua importância. No entanto, um assunto que sempre gera dúvidas em muitas mamães é o momento do desmame. Qual a hora certa de fazê-lo? Como realizá-lo? Quais reações esperar do baixinho?
Por isto, este artigo visa tirar algumas dúvidas iniciais e auxiliar as mães durante este processo do desmame.
Antes de tudo, não posso esquecer-me de frisar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que os bebês devam ser amamentados, única e exclusivamente ao seio, pelo menos até complementarem seis meses de idade. Após esta fase, outros alimentos podem ser oferecidos, progressivamente, ao pequeno, mantendo-se, porém, o leite materno como único alimento lácteo até a criança completar dois anos de idade.
Existem várias razões para o desmame antes de o bebê completar dois anos de idade, como doença materna, produção materna inadequada de leite, internações prolongadas da criança, volta da mãe ao trabalho, entre outras.
Mas, afinal, como deve ser feito este processo? O desmame deve ser progressivo, retirando mamadas ao seio e trocando-as por leite artificial. Se a mãe tem condições de amamentar de manhã e à noite, pode fazê-lo, deixando a oferta do leite artificial para quando ela estiver ausente.
Apesar do leite de vaca ser usado tradicionalmente como o substituto ideal, atualmente utilizam-se fórmulas derivadas do mesmo, com retirada de nutrientes menos adequados ao bebê, e introdução de substitutos de maior digestibilidade (absorção de nutrientes) e menos alergênicos, todos derivados do leite do animal. Em casos especiais, como a alergia à proteína do leite de vaca, pode ser utilizada uma fórmula de derivados vegetais, como a soja, ou o próprio leite de vaca após hidrolização (quebra de uma molécula em partes menores e menos alergênicas) de seus aminoácidos, diminuindo assim sua capacidade deletéria.
Após essa fase, outros nutrientes, como frutas, legumes e verduras, devem ser progressivamente introduzidos. No entanto, as mamães não podem esquecer de que, antes mesmo (e independente) do desmame, outros alimentos não lácteos devem ser oferecidos ao pequeno, a partir de seis meses de idade, iniciando com um suquinho de frutas, seguido de papas de frutas, papas de cereais, e assim por diante, para que o bebê chegue aos 12 meses de vida com uma dieta semelhante à do adulto.
É importante que as mamães não se assustem quanto às birras, choros e rejeições. Qualquer mudança na rotina leva a alterações de comportamento do bebê, sendo essas citadas as mais frequentes durante esta fase de adaptação. Mas não são apenas os pequenos que sofrem. As mães também podem se sentir culpadas pela mudança e acharem que estarão contribuindo para um corte de vínculo entre ela e seu filho, o que não é verdade.
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