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Remédio doce facilita a ingestão pela criança, mas requer atenção

Dr. Sylvio Renan

15/01/2015 17h45

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Ninguém gosta de tomar remédios, principalmente as crianças, não é mesmo? Na hora da administração de um medicamento, o que acontece é quase que universal: birra, choro e muita dor de cabeça para os pais. É sempre bom ter informações e dicas de como fazer com que seu filho tome os remédios. E, para ajudar, nos últimos anos o sabor dos medicamentos mudou, justamente para fazer com que as crianças aceitem ingeri-los sem muito incômodo: para elas e para os pais.

Remédio sempre teve gosto ruim e amargo – lembra da célebre frase "remédio amargo é que cura"? Mas hoje, xaropes, principalmente, são conhecidos por um gostinho mais doce e de cores chamativas. No entanto, apesar dessa facilidade, esse gosto mais aceitável acaba também se tornando um "vilão", já que muitas crianças associam o sabor docinho com algo que elas possam tomar a qualquer momento, como os suquinhos ou outra bebida saborosa.

Mesmo os xaropes, quando ingeridos em excesso, podem gerar consequências graves à criança, como intoxicação. Por isso, pais e cuidadores, jamais e em hipótese alguma devem deixar remédios e outros itens médicos ao alcance das crianças. Outra dica para evitar acidentes é explicar ao pequeno que medicamentos são feitos para ajudá-lo a sarar de determinada doença e que só pode ser ingerido quando o papai/mamãe oferecer.

Confira outras dicas para oferecer o remédio ao seu filho da maneira correta:

– Nunca associe o remédio a algo que a criança gosta de consumir, como balinhas e docinhos;

– Não faça chantagens caso ele relute em ingerir o medicamento. O ideal é sempre explicar o motivo pelo qual ele precisa ser medicado, que é tratar e sarar uma determinada enfermidade;

– Para crianças menores de 3 anos é sempre mais difícil explicar a importância do remédio. Uma saída é criar uma brincadeira, contar uma historinha, entrar no mundo da criança, mas sem mentir para ela;

– Jamais brigue ou coloque a criança de castigo. Essa punição pode contribuir para que ela rejeite ainda mais o medicamento. Se o problema for o gosto ruim, uma dica é diluir o remédio em um pouco de suco ou leite, se não houver contraindicação na bula;

– É importante apresentar o remédio com naturalidade. Muitas vezes, a criança rejeita o medicamento justamente porque sente a ansiedade dos pais;

– Quando a rejeição é absoluta, é indispensável a parceria entre pais e médicos, e o pediatra pode até receitar remédios injetáveis para a criança;

– Por último, e reforçando o alerta, mantenha todo e qualquer medicamento longe do alcance das crianças.

Em todos os casos, quando necessário e com a devida recomendação médica, remédio doce ou amargo é que cura!

Sobre o autor

Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros é autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas - Do nascimento aos 12 meses" e do livro “Pediatria Hoje”|Formado pela Faculdade de Medicina do ABC. Especializações e títulos pela Unifesp/EPM, Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California - Los Angeles (Ucla). Atuou por quase 30 anos no Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo, cargo que deixou para se dedicar ao seu consultório, a MBA Pediatria, e à literatura médica para leigos.

Sobre o blog

O objetivo deste blog é fornecer informações básicas relacionadas à área da pediatria. São abordados, de forma didática, temas que permeiam o universo da saúde da criança, como primeiros cuidados, doenças mais comuns, vacinação e alimentação. Desta forma, não visa receitar qualquer conduta médica, mas sim proporcionar conhecimento para que os visitantes tenham mais autonomia na escolha de um pediatra para seus filhos.

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