#MBAPediatria – Blog do Pediatra http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br O objetivo deste blog é fornecer informações básicas relacionadas à área da pediatria. Sun, 22 Sep 2019 14:27:38 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Febre Amarela: Vacinação e Prevenção no combate à doença http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2018/01/14/febre-amarela-vacinacao-e-prevencao-no-combate-a-doenca/ http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2018/01/14/febre-amarela-vacinacao-e-prevencao-no-combate-a-doenca/#respond Sun, 14 Jan 2018 03:00:53 +0000 http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/?p=601 Com o avanço da febre amarela silvestre, principalmente em cidades urbanas da Região Sudeste, o Ministério da Saúde iniciará em fevereiro a campanha de vacinação. Em alguns estados a vacina será fracionada, com imunização válida por 8 anos.

A situação traz algumas preocupações aos pais sobre a melhor maneira de proteger seus filhos e, apesar do cenário ser crítico, não há motivo para desespero. De maneira rápida, tentarei explicar sobre a doença e como ela pode ser prevenida:

Estamos diante de quadro de febre amarela silvestre, em que primatas são os principais hospedeiros do vírus, assim como a espécie humana. A transmissão da febre amarela silvestre (que estamos enfrentando atualmente) é provocada pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, ao contrário da febre amarela urbana (que não existe no Brasil há décadas), que é transmitida pelo Aedes aegypti (o mesmo da dengue).

Os sintomas são divididos em três fases:

Primeira fase: duração média de três dias, em que o paciente sentirá dores de cabeça, febre baixa, fraqueza, vômitos e dores pelo corpo.

Segunda fase: sensação de melhora e diminuição dos sintomas, que dura cerca de 24 horas.

Terceira fase: período de febre alta, pele amarelada (icterícia), vômitos, seguidos de sangue, complicações no fígado e rins, entre outros sintomas.

Cabe realçar que há inclusive risco de vida, como em casos já noticiados pela mídia.

Ao sinal dos primeiros sintomas, sempre procure um médico.
Os cuidados com a saúde das crianças, assim como os adultos, através da vacinação são sempre de extrema importância para a prevenção de doenças, como atualmente no caso da febre amarela. A vacina é recomendada a partir dos 9 meses até adultos e idosos ante de completar 60 anos. Não é recomendável a pessoas com alergia grave a gema de ovo e seus derivados. Para bebês menores de 9 meses e adultos acima dos 59 que residirem ou planejarem viajar a regiões de riscos, os casos deverão ser analisados por médicos, pediatras e/ou profissionais da área da saúde.

A imunização poderá ser feita por meio da Campanha Nacional de Vacinação ou em clínicas particulares. Converse sempre com o pediatra de sua confiança e, se houver manifestação dos sintomas relatados acima, procure um atendimento médico próximo o mais rápido possível.

Dados do Ministério da Saúde apontam que a vacina contra a febre amarela tem eficácia entre 95 a 98%. Em áreas urbanas, o principal transmissor é o Aedes Aegypti. Por isso, lembre-se também de outros modos de prevenção, tal como para os casos de dengue, como evitar água parada em recipientes destampados (com vasos de plantas). Isso ajuda a prevenir seu filho, você, seus familiares e a sociedade como um todo.

Até a próxima!
Dr. Sylvio Renan Monteiro De Barros

 

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Quanto meu filho vai crescer? É possível descobrir com um cálculo simples http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/11/25/quanto-meu-filho-vai-crescer-e-possivel-descobrir-com-um-calculo-simples/ http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/11/25/quanto-meu-filho-vai-crescer-e-possivel-descobrir-com-um-calculo-simples/#respond Sat, 25 Nov 2017 06:00:52 +0000 http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/?p=548

Crédito: Canva

Uma das principais preocupações que afligem os pais e também os adolescentes está relacionada à altura. Esta apreensão é normal, principalmente entre os meninos que propagam a imagem de que homem tem que ter músculos, ser alto e atleta.

Porém, antes de tudo, é preciso entender que uma estatura baixa ou alta de uma pessoa é causada por variantes de um padrão de crescimento normal, influenciada pela genética, porém uma patologia pode influenciar na altura.

O pediatra tem papel fundamental na identificação de crianças com crescimento anormal. Além de ter documentado a altura e peso dos pais, acompanhar e registrar através de um gráfico de crescimento, as medidas do paciente ao longo do tempo, pois são estas medidas que servem de base para o diagnóstico de anormalidades

A altura de um indivíduo adulto é determinada geneticamente e, para se ter uma ideia da altura deste baixinho na fase adulta, baseada na altura dos seus pais, calcula-se, para as meninas, a média entre a estatura do pai menos 13 cm e a estatura da mãe. Já nos meninos, a fórmula se dá pela média entre a estatura da mãe mais 13 cm e a estatura do pai”. (ver dados abaixo)

Cálculo da altura (cm):                                                                                           
MENINO = [altura paterna + altura materna + 13] ÷ 2
MENINA = [(altura paterna – 13) + altura materna] ÷ 2

Exemplo:                                                                                                                           
Cálculos da estatura parental média de um filho e uma filha de pais com as seguintes estaturas: o pai tem 172,72 cm, e a mãe tem 157,48 cm

Filho: [172,72 cm + 157,48 cm + 13 cm]/2 = 171,6 cm
Filha: [(172,72 cm – 13 cm) + 157,48 cm]/2 = 158,6 cm

*Dados do American Family Physician – 2008

No entanto, é preciso considerar que quanto mais precoce o início da puberdade de uma pessoa, menor será sua estatura final e, inversamente, quanto mais tardia, maior será seu crescimento. Dificilmente uma criança de pais e avós com estaturas pequenas, terá uma altura muito superior que a de seus ascendentes.Outra dúvida frequente está relacionada à taxa de crescimento com a puberdade, um período da adolescência com duração de dois a quatro anos, caracterizada por transformações biológicas, físicas e psíquicas. É nesta fase que acontece o crescimento esquelético linear, a alteração da forma e composição corporal, o desenvolvimento de órgãos, e mudanças no sistema reprodutivo sexual.

E como descobrir se há um déficit no crescimento de uma criança? Para fazer esta avaliação é necessário saber, antes de tudo e com precisão a altura, o peso e a maturação sexual. Este processo será mais bem alinhado com o acompanhamento do pediatra, que poderá avaliar se há ou não deficiência na curva de crescimento.

Não há motivos para pânico e alarde se o seu filho é baixinho. O processo de crescimento é relativo de criança para criança, e envolve estudo particular de caso a caso. Lembre-se, qualquer dúvida ou alerta de que algo está errado, converse abertamente com o médico pediatra do seu filho.

Até a próxima,
Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros

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Por que o movimento ‘antivacina’ não é benéfico? http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/10/24/por-que-o-movimento-antivacina-nao-e-benefico/ http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/10/24/por-que-o-movimento-antivacina-nao-e-benefico/#respond Tue, 24 Oct 2017 20:31:38 +0000 http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/?p=537

Por que o movimento ‘antivacina’ não é benéfico?

Um caso nos Estados Unidos vem chamando a atenção de todo o mundo, após uma mãe descumprir a ordem judicial que ordenava a vacinação do filho de 9 anos de idade. A história repercutiu não só na mídia norte-americana, como no resto do mundo e mais uma vez trouxe questionamentos sobre os benefícios e consequências desta prática.

Leia a matéria completa sobre o caso Rebecca Bredow: https://goo.gl/adCL6h

Em mais de 30 anos de pediatria, nunca encontrei respaldo médico no movimento “antivacina”, pois todas as pesquisas científicas e com base em testes contínuos, apontam as vacinas como o meio mais eficiente na produção de anticorpos para doenças letais na infância, adolescência e vida adulta.

No Brasil, a vacinação do calendário regular é definida pelo Ministério da Saúde e é obrigatória, por isso pais ou cuidadores que se opuserem a vacinar seus filhos, sem a demonstração de laudo médico com a contraindicação dessas vacinas, podem ser penalizados judicialmente por o cometerem infração contra a saúde pública.

Sempre lembro aos pais que a vacinação vai além de um gesto individual para prevenir doenças em seus filhos, sendo uma contribuição social para manter erradicadas as doenças que são fatais e altamente epidêmicas como a varíola e o sarampo.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que a cobertura vacinal de um país seja de 95% da população, no entanto, a cobertura no Brasil diminuiu para 84% da população, nos últimos 12 anos. Situação está que põe em risco, principalmente, as crianças com organismo menos maduro para responder e sobreviver às infecções externas.

Aos pais e cuidadores que ainda tem dúvidas do que são feitas as vacinas e qual a finalidade, explico que são substâncias biológicas que contém patógenos, ou seja, agentes das doenças, vírus ou bactérias, em quantidades mínimas, que são depositados no organismo e fazem com que sejam produzidos anticorpos para a referida doença. No caso da criança ser infectada com algum desses patógenos, o organismo “se lembrará” da defesa que deve criar e assim proteger o corpo acometido.

Há ainda quem diga que o filho “ficou doente depois da vacina” e no consultório eu sempre alerto os pais de que é comum as crianças mais sensíveis esboçarem alguma reação após a injeção ou a gotinha, mas isso nada mais é que o organismo reagindo contra o patógeno que foi inserido.

Outro alerta recorrente em minhas consultas é que, mesmo no período da campanha de vacinação, se a criança estiver doente não deve ser vacinada. Pois, o sistema imunológico estará trabalhando para eliminar a doença e sobrecarregá-lo com mais agentes infecciosos, mesmo que minimamente, poderá agravar o primeiro quadro e assim gerar complicações.

A vacinação ainda é o método mais confiável, até hoje, para prevenir doenças letais e paralisantes do nascimento até a terceira idade; foi e ainda é largamente testado pela comunidade cientifica e já livrou o mundo de doenças cruéis como a poliomielite e fatais como sarampo e catapora.

Saiba mais sobre a vacinação em meu site: http://www.mbapediatria.com.br/vacinação

 

Abraços,
Dr. Sylvio Renan

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Como cuidar da saúde do bebê e da criança nos dias de Primavera http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/09/22/cuidados-com-a-saude-do-bebe-na-primavera/ http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/09/22/cuidados-com-a-saude-do-bebe-na-primavera/#respond Fri, 22 Sep 2017 14:25:55 +0000 http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/?p=531

A estação mais colorida do ano chegou e, junto com ela, podem vir alguns problemas de saúde relacionados ao tempo seco, afetando principalmente os bebês e as crianças. As doenças mais comuns são crises alérgicas, catapora e conjuntivite.

Eu sempre recomendo aos pais dos meus pacientes que mantenham a hidratação através do uso de soro fisiológico nas narinas, somado a alta ingestão de líquidos em suas variadas formas: água, sucos ou papinhas de frutas.

A caxumba, catapora (varicela) e a rubéola são doenças infecciosas que mais causam preocupação nesta época do ano. Por isso, sempre enfatizo que todos em casa devem estar devidamente vacinados para manter a saúde em dia.

Entenda abaixo como se dão as alergias e infecções da estação:

Varicela (catapora) – causada pelo vírus Herpesvirus Varicellae, a doença acomete principalmente crianças entre idades de 1 e 4 anos. Os sintomas são febre, dores de cabeça, cansaço, falta de apetite e aparecimento de bolhas avermelhadas e ou feridas na pele, sendo o rosto e o tronco os mais afetados.

Caxumba – transmitida por contato direto com gotículas de saliva ou por pertences de pessoas infectadas pelo vírus Paramyxovirus, a doença provoca dores musculares, calafrios, febre, fraqueza e dificuldade em mastigar ou engolir.

Rinite alérgica – provocada pelos chamados alérgenos, o problema causa diversas reações como, nariz entupido, secreção clara, irritação e coceira nasal. O uso de umidificadores nos ambientes da casa ajuda a prevenir o problema e contribui para uma melhor noite de sono dos bebês e crianças.

Conjuntivite viral – altamente contagiosa, é provocada por agentes tóxicos, alergias, bactérias ou vírus. Os sintomas são olhos vermelhos, coceira, irritação e lacrimejamento. No caso do surgimento da doença é recomendável lavar os olhos e fazer compressas geladas para aliviar a irritação e a coceira, o uso de colírios deve ser prescrito pelo médico.

Rubéola – causada pelo Rubella Vírus, o contágio desta doença se dá por meio do espirro ou da tosse, podendo ser transmitida de pessoa para pessoa. E ainda, pode ser passada de mãe para filho na gestação. Os sintomas são erupções vermelhas na pele, febre, dores musculares e mal-estar constante. No caso de a doença se manifestar, por falta da prevenção pela vacinação, o médico deverá ser consultado para indicação de tratamento.

Sarampo – transmitida pelo vírus Morbillivirus, esta doença passa de pessoa para pessoa por meio de saliva (tosse, espirros e fala) e secreções nasais. Os sintomas são pequenas erupções na pele, de cor avermelhada, mal-estar, dores de cabeça e inflamação das vias respiratórias, com catarro.

Caso o seu filho apresente os sintomas de algumas das doenças citadas, procure o médico pediatra e evite que a criança entre em contato com mais pessoas. O Ministério da Saúde lançou no início do mês a Campanha Nacional de Multivacinação, em que as vacinas para algumas dessas patologias são aplicadas em indivíduos de até 15 anos.

Tais vacinas podem ser aplicadas tanto nos serviços de saúde oficiais, quanto em clínicas privadas.

Além da vacinação, também é necessário manter um ambiente saudável para os pequenos. Abra as janelas da casa para o ar circular e sempre a mantenha limpa, para evitar a entrada e o acúmulo de poeira.

A primavera é uma das estações mais bonitas do ano e merece ser aproveitada por todos! Seguindo as orientações médicas também pode ser uma estação sem grandes preocupações dos pais com a saúde de seus filhos.

Consulte sempre seu pediatra,
Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros

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Meu filho não quer mais ir à escola, e agora? http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/06/21/meu-filho-nao-quer-mais-ir-a-escola-e-agora/ http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/06/21/meu-filho-nao-quer-mais-ir-a-escola-e-agora/#respond Wed, 21 Jun 2017 20:25:17 +0000 http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/?p=492

Sempre que um pai ou uma mãe chega a meu consultório sem saber como lidar com o pequeno ou pequena que não quer ir para a escola, antes de tudo, tranquilizo-os dizendo que é comum a criança, em qualquer idade, sentir-se insegura ou cansada para enfrentar a rotina da escola. Isso também pode se refletir nas tarefas de lição de casa ao longo do tempo.

O que costumo indicar é que os familiares sempre incentivem e mostrem para a criança que a escola é um lugar de descobertas e de aventuras, que além de conhecer novos amiguinhos e amiguinhas, ela também vai descobrir mistérios da natureza, da ciência e da história, além de conseguir ler, ela mesma, as histórias do livro que deseja.

Contudo, para a criança que a despeito das motivações dos pais, continua a relutar para ir à escola, aconselho a observação sobre mudanças de comportamento, como medo, tristeza, choro ou ansiedade persistentes, que podem indicar alguma ocorrência negativa ou traumática com a criança na escola que possa ter gerado este processo de rejeição, como bullying, falta de acolhimento em necessidade especiais, dificuldade com o ritmo das atividades e assim por diante.

Feito isso, é procurar meios de descobrir sutilmente com a criança o que pode ter acontecido, não em forma de questionamentos diretos sobre problemas, mas inserindo perguntas sobre amigos, professores, atividades de que mais gosta, menos gosta e o que gostaria de mudar se pudesse, e por quais motivos.

Procurar a escola, a professora para identificar deles alguma percepção sobre a criança também é importante e, em casos mais complexos, a busca de auxílio profissional, com psicólogo, pode ser uma boa saída, tanto para a criança como para os pais.

Por fim, converso com os familiares para que sempre escolham a escola que ofereça um ambiente convidativo, motivacional, prazeroso e marcante para a criança, e que integre o processo pedagógico neste contexto. Isto influenciará na aprendizagem, na convivência com todos na escola e em seu desenvolvimento como um todo.

 

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12 cuidados necessários com o recém-nascido http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/05/23/12-cuidados-necessarios-com-o-recem-nascido/ http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/05/23/12-cuidados-necessarios-com-o-recem-nascido/#respond Tue, 23 May 2017 23:43:43 +0000 http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/?p=481
O primeiro ano de vida do bebê é um período de cuidados especiais, no qual os pais, principalmente os de primeira viagem, têm muitas dúvidas e ansiedades. Para ajudar e dar mais tranquilidade a esses pais, selecionei algumas das principais dúvidas colhidas em mais de 40 anos de atividades de consultório.

1 – Primeiro mês: dormir ou não com os pais?
Nas 4 semanas em casa, o bebê ainda está muito dependente da mãe e esta, por sua vez, ainda se sente bem insegura sobre as reações e necessidades da criança, a cada gesto, suspiro. Por este motivo, e também por uma questão de praticidade e conforto, sugiro deixar o bebê no carrinho ao lado da cama, ou mesmo num berço apropriado para o local, até que todos ganhem mais independência e autonomia com a nova rotina. Mas, lembre-se, é importante que essa independência amadureça com o tempo, tanto para o bebê quanto para os pais.

2 – A amamentação no peito é obrigatória?
Mamães, seu leite é o alimento mais completo e prático de ser oferecido para o bebê no primeiro ano de vida, contendo todos os nutrientes necessários para o pleno desenvolvimento do pequeno. Por este motivo, deve ser então priorizado, com exceção apenas para casos em que a saúde materna não permite a produção adequada do alimento.

3 – Quando posso introduzir alimentos ao bebê?
Para bebês que mamam no peito, a introdução de outros alimentos deve se iniciar a partir dos 6 meses de idade. A dieta deve ser orientada pelo pediatra, considerando quantidade de tempero, sal e açúcar apropriados para a criança. Para bebês que não mamam no peito, a alimentação com papinhas naturais (salgadas e doces) pode começar a ser introduzida a partir do quarto mês.

4 – Como identificar o motivo do choro?
O choro do bebê costuma ser um mistério e um desafio para os pais, podendo indicar fome, calor, cólicas ou sujeira na fralda, entre outros. No entanto, com o passar do tempo, os pais passam a identificar algumas características especificas de cada choro, como quando o bebê contorce mais o corpo – em sinal de dor; abre a boca – procurando alimento; quando boceja – em sinal de sono, e assim por diante. Em todas essas situações, os pais ou cuidadores precisam manter a calma, uma vez que a ansiedade deles também interfere no desenvolvimento do choro dos pequenos.

5 – Como deve ser a higiene do bebê?
Um banho diário é importante para retirar resíduos de suor, xixi, fezes e vômitos. Em dias de calor, ou mesmo quando o bebê está muito agitado, outros banhos podem ser dados, não tanto para limpeza, mas como relaxante. A troca das fraldas de fezes deve ser sempre imediata, evitando assaduras e riscos de infecções urinárias, já as fraldas de xixi devem ser observadas para a troca antes da umidade da urina entrar em contato com a pele da criança.

6 – Vacinar ou não vacinar?
Devido ao desenvolvimento das vacinas, muitas das doenças antes fatais ou responsáveis por sequelas importantes no desenvolvimento das crianças, sofreram grande diminuição de incidência, com algumas até extintas. Desta forma, a vacinação é a forma mais segura para a prevenção e combate de doenças, onde os benefícios são muito mais importantes que os possíveis e raros riscos de efeitos adversos. Manter a carteira de vacinação em dia, especialmente no primeiro ano de vida, é essencial para a saúde da criança

7 – Existe solução para a cólica do bebê?
As cólicas são comuns nos bebês do nascimento aos 3 meses de idade, sendo causadas, em geral, pela imaturidade do sistema digestivo, que provoca gases e dor, especialmente naqueles alimentados com leite artificial. Nesse caso, os pais podem massagear a barriguinha do bebê ou ainda movimentar as perninhas em círculos, como se estivesse andando de bicicleta, para ajudar a locomoção do alimento ou gases. Persistindo dores muito fortes, é importante consultar o pediatra para que se investigue se há algo incomum e para prescrever de medicamentos, se necessário.

8 – Quando posso levar o bebê para passear?
Devido à fase de adaptação do organismo e sentidos do bebê ao mundo exterior, bem como a sua baixa imunidade aos micro-organismos como vírus e bactérias, o ideal é que o bebê não saia de casa antes do primeiro mês de vida e tenha restrição de visitas nesse período. A ideia não é colocar a criança em uma redoma de vidro, mas ir adaptando seu contato com este mundo novo aos poucos.

9 – Posso passar protetor solar e repelente no bebê?
Não! Bebês com menos de seis meses não devem usar protetores solares nem repelentes, porque seu organismo ainda não está amadurecido para lidar com os componentes químicos da fórmula. Mesmo assim os banhos de sol são altamente recomendados, mas somente se pais e cuidadores obedecerem ao tempo de exposição de no máximo 10 minutos, antes das 10h e depois das 16h, em crianças a partir de 2 meses de vida. No caso de prevenção contra mosquitos, vestir os pequenos com mangas e calcinhas compridas ajuda a evitar as picadas e  após os seis meses, a escolha dos produtos deve ser orientada pelo pediatra.

10 – Como lidar com os novos dentinhos?
Entre os 5 e 18 meses os primeiros dentinhos começam a despontar e então um bebê antes risonho e brincalhão pode dar lugar a um pequeno irritadiço e chorão, isso porque para muitos bebês a ruptura da gengiva é um processo irritante, e até dolorido. Pais e mães podem ajudar nessa fase “escovando” suavemente a gengiva com os dedos envoltos em gaze ou ainda usando pomadinhas anestésicas previamente prescritas pelo pediatra.

11 – Como vestir o bebê sem superaquecer ou deixá-lo com frio?
A temperatura da criança não é diferente da do adulto, porém a sua resistência à mudança climática é mais frágil. Isso significa que, de forma geral, o sentido de frio e calor dos pais pode ser aplicado para vestir seus filhos, tendo, no entanto, sempre trocas de roupas que permitam a adaptação em caso de mudança brusca de temperatura, para mais ou menos. No mais, suor é sinal de roupa em excesso, bem como arrepio, mãos geladas e necessidade de aconchego são indicadores de que a criança possa estar com frio.

12 – Em que situações posso medicar o bebê por contra própria?
Nenhuma medicação é recomendada ao bebê sem a devida prescrição do médico, mesmo em casos recorrentes ou aparentemente comuns. Diversos sintomas de diferentes doenças podem confundir diagnósticos, e a medicação, além de mascarar a doença, pode gerar riscos à criança. Ao primeiro sinal de anormalidade, como febre e dor fora do quadro da cólica, é importante consultar o pediatra.

A dica mais importante para pais de primeira viagem é manter a tranquilidade nesta fase que se mostra como um desafio, mas que será mais bem conduzida e aproveitada à medida que tiverem mais serenidade no processo. Em tantos anos de atendimento em hospitais e consultório posso afirmar que dentro da rotina esperada do desenvolvimento do bebê, são pais calmos que geram bebês calmos e saudáveis.

 

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Catarata e glaucoma em crianças sob uso prolongado de corticosteroides http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/01/23/catarata-e-glaucoma-em-criancas-sob-uso-prolongado-de-corticosteroides/ http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/01/23/catarata-e-glaucoma-em-criancas-sob-uso-prolongado-de-corticosteroides/#respond Mon, 23 Jan 2017 21:32:50 +0000 http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/?p=442 Oftalmo_Nefro

A nefropediatra Maria Cristina Andrade, da clínica da MBA Pediatria e mestre e doutora em pediatria pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), apresentou recentemente uma importante pesquisa desenvolvida pelo Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

O Departamento de Oftalmologia avaliou 30 pacientes pediátricos, com média de 11 a 14 anos de idade, do ambulatório de Nefrologia Pediátrica da mesma Universidade. Conforme a especialista, a pesquisa verificou casos de catarata e glaucoma em crianças com síndrome nefrótica sob tratamento contínuo com corticoide.

A Síndrome Nefrótica é uma doença caracterizada por eliminação exagerada de proteínas na urina (proteinúria). A probabilidade é de 16 casos para cada 100.000 crianças e o tratamento geralmente requer corticoterapia sistêmica em altas doses e por tempo prolongado. Por isso, o estudo sugere uma relação entre corticoterapia e maior risco de desenvolvimento de catarata e glaucoma.

Os pesquisadores observaram que os efeitos colaterais dos corticoides na síndrome nefrótica, a longo prazo, são consequências de elevadas doses e tratamento prolongado, além da susceptibilidade individual dos pacientes. O impacto da catarata e glaucoma no desenvolvimento visual de crianças necessita de exame oftalmológico, primordialmente, quando sob uso prolongado de corticosteroides sistêmicos.

Já se sabe que em adultos o uso prolongado de corticosteroides pode causar catarata subcapsular posterior (SCP) e nuclear, exoftalmo (protuberância do olho para fora da órbita), e/ou aumento da pressão intraocular (PIO), que pode resultar em glaucoma ou causar danos ao nervo óptico. Os efeitos de corticosteroides na fisiopatologia são similares nas populações adulta e pediátrica.

Embora não possibilite a real correlação entre efeitos colaterais com dose e tempo de tratamento, o estudo revelou uma alta prevalência de catarata subcapsular (15%), possibilitando ainda a elevação da pressão intraocular numa porcentagem significativa de pacientes sob corticoterapia sistêmica, o que sugere que tais crianças tenham mais risco de desenvolver catarata.

Por fim, é importante que pais, cuidadores e mesmo educadores fiquem atentos à saúde da criança, que deve realizar exames de rotina no período estabelecido pelo pediatra, conforme a idade.

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O fator de maior proteção para seu bebê nesse verão é o bom senso http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/01/11/o-fator-de-maior-protecao-para-seu-bebe-nesse-verao-e-o-bom-senso/ http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2017/01/11/o-fator-de-maior-protecao-para-seu-bebe-nesse-verao-e-o-bom-senso/#respond Wed, 11 Jan 2017 11:48:07 +0000 http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/?p=431 FOTO: reprodução da internet

FOTO: reprodução da internet

Dias cada vez mais quentes estão no cronograma do verão 2017, ano com as prováveis maiores altas de temperatura já registradas. E isso significa proteger a si e aos seus pequenos do calorão e dos fortes raios solares.

Geralmente, nesses dias sem brisa e abafados, alguns bebês apresentam indisposição e até mau-humor e, em alguns casos, podem aparecer erupções na pele e assaduras nas dobrinhas do corpo por conta do calor.

O que eu sempre oriento aqui no consultório é que os pais observem a si mesmos para proteger seus pequenos. Ora, se os adultos estão com muito calor, os pequenos também. É o caso de investir em roupas leves e banhos mais frescos e demorados, para que o corpo troque de temperatura.

Outra preocupação muito comum de papais e mamães é quanto ao uso dos protetores solares. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, bebês com menos de 6 meses não devem usar o produto, uma vez que o organismo ainda não está amadurecido para lidar com os componentes químicos da fórmula.

Nesse quesito entram também os repelentes, método preventivo que permeia a ânsia dos familiares em proteger os pequenos, principalmente quando das epidemias transmitidas por mosquitos e demais insetos – todos contra o aedes aegypti, OK!

MOSQUITOS2017

Especificamente sobre os repelentes, vale conferir o texto elaborado pelo Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Nele você encontra as principais recomendações para a proteção das crianças do mosquito Aedes aegypti, das doenças que ele transmite e os repelentes indicados para cada fase de desenvolvimento da criança (incluindo durante a gestação). Acesse AQUI.

No entanto, para proteger seus bebês, acima de tudo, é preciso bom senso. Se o bebê com menos de 6 meses não pode usar protetor solar por não ter ainda o organismo preparado, fica entendido que ele também não está preparado para a exposição extrema ao sol, não é?

A recomendação é promover passeio curtos, no carrinho ou no colo, e apenas durante o horário anterior às 10 horas da manhã e depois das 16h. Ainda assim, mais uma vez, avalie sempre a necessidade do passeio e a saúde do seu filho.

Converse com seu pediatra caso ocorra algum incidente com seus pequenos associado a protetores solares e repelentes. É bom que se tenha em mente que o pediatra pode auxiliar com propriedade a escolher  o melhor produto para proteger seu filho, seja do sol forte, seja de mosquitos e demais insetos.

Continue aproveitando as férias com a criançada. E lembre-se: o fator de maior proteção para seu bebê nesse verão é o bom senso!

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O melhor presente de Natal é o amor http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2016/12/16/o-melhor-presente-de-natal-e-o-amor/ http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2016/12/16/o-melhor-presente-de-natal-e-o-amor/#respond Fri, 16 Dec 2016 20:00:04 +0000 http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/?p=420  

NATAL4

Uma das datas mais aguardadas pelos pequenos, sem dúvida, é o Natal. Isso porque, infelizmente, a ideia dos muitos presentes deixados pelo Papai Noel domina a cabecinha deles devido à cultura do consumismo tão veiculada na mídia.

A missão natalina de pais e mães deve ser reaproximar as crianças do verdadeiro significado do Natal, relembrá-los que amor e carinho são os melhores presentes para a família crescer em harmonia e permanecer unida, não importando as situações que virão.

Para tanto, que tal uma noite cheia de atividades que trabalhem os valores de gratidão, amor e união? Por exemplo, se os seus pequenos já sabem escrever, os incentive a fazer cartões de agradecimento, onde cada um coloca pelo que é grato. Vale qualquer coisa. IMPORTANTE: todo mundo deve participar, pois, ao ver os pais envolvidos na mesma atividade, os pequenos tendem a fixar o momento na memória.

Para os mais agitados, os pais podem promover uma “caça ao Papai Noel”, pistas deixadas pela casa podem levar até onde o velhinho deixou o saco de presentes ou estacionou o trenó. Ao voltar para o ponto de partida, geralmente a árvore de Natal, #tcharam!, lá estão os presentes e… OPA! Um gorro de Papai Noel!

Outra opção de divertimento com as crianças na época de Natal é a leitura de histórias natalinas ao pé da árvore. Essa pode ser uma solução para acalmar os ânimos “pós-presentes”, ou ainda para encerrar a noite de festa de um modo calmo e carinhoso.

O que vale nessa missão de pais e mães, especialmente no Natal, é estar presente. Isso não significa dar um brinquedo enorme ou o que a criança pediu; significa abraçar, dizer “eu te amo” e brincar junto.

Representa ainda um momento importante onde é possível fazer com que seus filhos entendam que o Natal, acima de tudo e do consumismo puro, é uma data para celebrar a união, o amor, a inclusão, o acolhimento, o respeito ao próximo. Enfim, isso também é presentão indelével para o futuro das nossas crianças e adolescentes.

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A pediatria nos últimos 40 anos http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2016/11/25/a-pediatria-nos-ultimos-40-anos/ http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/2016/11/25/a-pediatria-nos-ultimos-40-anos/#respond Fri, 25 Nov 2016 18:54:15 +0000 http://blogdopediatra.blogosfera.uol.com.br/?p=399 Foto por: Mary Efflandt Site: maryefflandtphotography.com

Foto por: Mary Efflandt Site: maryefflandtphotography.com

Após 40 anos de atuação na pediatria, sinto-me à vontade para descrever a evolução desta especialidade, graças ao desenvolvimento da medicina e da sociedade como um todo. Com o advento das novas tecnologias da saúde e da informação, não apenas os recursos diagnósticos e de tratamentos trouxeram novas oportunidades na condução de doenças antes sem cura ou de difícil manejo, como acresceram facilidades de acesso a informações e métodos de interação para pais e cuidadores, com os profissionais e com comunidades afins.

Há quatro décadas, o médico pediatra atuava como um clínico geral de crianças, diagnosticando e tratando praticamente todos os agravos, como doenças oncológicas, reumáticas, neurológicas, entre outras.

Com o desenvolvimento das subespecialidades, focadas no tratamento mais específico de doenças infantis, o atendimento do pediatra geral evoluiu no sentido da puericultura propriamente dita, fortalecendo outros laços dentro da clínica preventiva e de tratamentos gerais, passando a exercer um papel mais importante nos cuidados com as crianças e na orientação de pais e cuidadores, visando a formação de adultos saudáveis, dignos  e com qualidade de vida.

Apenas para exemplificar, temos como base as questões de hábitos nutricionais e de atividades físicas que visam conter o avanço da obesidade e doenças cardiovasculares.

Retornando ao advento tecnológico no tratamento médico, em que pudemos promover a diminuição sensível da morbimortalidade dos pequenos, podemos citar como exemplo a oncologia infantil, em que no passado o diagnóstico era tardio e o tratamento era basicamente restrito a sedativos e analgésicos paliativos, sem medicamentos efetivos que pudessem trazer a cura para os pacientes.

Apesar do conhecimento ampliado, diagnósticos precoces e acesso a tratamentos efetivos para diversas doenças graves, a maior evolução ocorreu no setor de imunizações, com a descoberta de métodos de preparação de antígenos protetores contra muitas doenças graves,  e comuns naquele tempo: poliomielite, tétano, tifo, varicela, sarampo, rubéola, meningites pneumocócicas, tuberculosas, meningocócicas, entre outras.

No que tange a informação dos pais, passamos da demorada consulta a livros e revistas para a quase imediata internet com seu universo praticamente inesgotável, o que sem dúvida abriu horizontes importantes para todos, não apenas para aquisição de conhecimento, como para a troca de experiências. Podemos dizer que a internet empoderou pais e cuidadores de forma positiva, ao mesmo tempo abrindo um mundo de dúvidas em que aumenta a importância da figura do médico, que não pode ser descartada para o correto diagnóstico e tratamento da criança.

A tecnologia, através de seus aplicativos de comunicação, também diminuiu a distância entre médicos e pacientes, que, hoje, através de simples toques em uma tecla, conseguem enviar fotos e vídeos para sanar dúvidas rápidas, outrora somente possíveis presencialmente no consultório. É, sem dúvida, um facilitador para ambos, mas que também abre oportunidades de análise sobre o bom uso destes recursos para o bem estar de todos os envolvidos.

Neste admirável mundo novo que vislumbro nos últimos 40 anos da pediatria, em que alguns de meus pacientes de ontem agora são pais e seus filhos meus pacientes, e no qual tenho clara a mudança de relacionamento e prática que tinha com seus pais e agora com eles e seus filhos, nos cabe imaginar como será a pediatria daqui a 40 anos.

 

Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros – CRM SP-24699
Autor dos livros “Seu bebê em perguntas e respostas – Do nascimento aos 12 meses” e “Pediatria Hoje”Formado pela Faculdade de Medicina do ABC | Especializações e títulos pela Unifesp/EPM, Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California – Los Angeles (Ucla) | Atuou por quase 30 anos no Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo, cargo que deixou para se dedicar ao seu consultório e à literatura médica para leigos.

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