Chupeta, mamadeira e paninho: como se livrar dos apegos da criança?
É comum que bebês e até crianças carreguem alguns objetos pelos quais tem imenso carinho e apego, mas o assunto merece atenção para entender quais são os prós e contras disso no desenvolvimento e saúde infantil
Antes de entrar na questão se tal comportamento é saudável ou não, é preciso acalmar os pais e reforçar que é natural os filhos "adotarem" esses objetos, criando o hábito de levá-los à boca. Isso ocorre porque no primeiro ano de vida todas as experimentações se dão por meio dela, a chamada fase oral. É através dos lábios que os bebês conhecem a temperatura dos objetos, sua forma, textura e sabor.
A chupeta e a mamadeira são os campeões de apego dos pequenos, por serem objetos de sucção que são associados ao sentimento de segurança e tranquilidade que as crianças sentem desde que receberam o leite materno do seio da mãe.
Como pai e avô, eu entendo as necessidades da vida familiar, pois em muitos casos as mães não conseguem ficar os seis meses junto ao bebê, fazendo mamadeira e chupeta entrarem em cena na intenção de apaziguar a criança, que sente o impacto da ausência dos pais ao longo do dia.
No entanto, como médico, atento sempre para a saúde oral da criança. Após os três anos de idade é importante que a mamadeira e a chupeta não sejam mais usadas. É quando a formação da musculatura oral está se fixando e ambos podem alterar a arcada dentária e a posição dos dentes, acarretando em problemas futuros que precisarão de apoio odontológico e de um fonoaudiólogo.
Quanto mais os pais problematizarem o comportamento do pequeno, mais difícil será o abandono do objeto. Isso porque, muitas vezes, a criança entende o "chamar atenção" como "dar atenção" e assim permanecerá com o comportamento que traz a atenção dos pais.
A dica é demonstrar interesse, dar atenção e carinho para a criança enquanto estiver sem os objetos e fazer o contrário quando estiver com o paninho, a chupeta ou o brinquedo.
É um processo demorado, com provável choro e birra, mas valerá a pena. O mais comum é que a partir dos dois anos de idade tais hábitos sejam abandonados, naturalmente, pelas crianças – onde muitas vezes permanece algum objeto (boneca, paninho, cobertor, etc.), o que não significa qualquer desvio de normalidade. Com o tempo e o crescimento, a criança descobrirá outras formas de se entreter e passará a lembrar do item apenas como recordação.
Importante lembrarmos que nenhum remédio, tecnologia, brinquedo ou paninho é tão calmante para bebês e crianças quanto a atenção e o carinho dos pais. É preciso que esse combo de amor esteja presente antes e depois do mau comportamento, para que a correção seja respeitada e o desenvolvimento não seja traumático nem para o pequeno e nem para os pais.
Até a próxima,
Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.