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Calendário de Vacinação 2016: entenda a mudança e como proceder

Dr. Sylvio Renan

04/02/2016 13h01

O ano de 2016 começou com algumas mudanças no Calendário Nacional de Vacinação, divulgado no início de janeiro pelo Ministério da Saúde, que determinou alterações nas aplicações de vacinas de prevenção ao HPV, poliomielite, meningite e pneumonia. Segundo o Ministério da Saúde, as mudanças ocorreram por causa de alterações da situação epidemiológica e por atualização na indicação das vacinas, estas determinadas conforme a idade e a quantidade de doses.

Estudos comprovam a eficácia da imunização através das doses anteriores, em que as reduções de doses atuais não possuem nenhum fundamento científico publicado, tendo apenas o tempo a seu favor ou não, – para, assim, ser avaliada como influenciará na saúde destas crianças no futuro.

O Ministério da Saúde garante que a redução das doses não compromete a eficácia das vacinas e que as mesmas terão a mesma proteção. Também reitera que a medida não tem relação com o corte de gastos do governo para a área da saúde.

Dúvidas dos profissionais e dos pais

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) garante que não há motivos para temer ao novo calendário de vacinação e que tudo foi feito após pesquisas científicas e que toda mudança se adequa a uma nova realidade.

Apesar das dúvidas em relação às novas medidas, apenas o tempo mostrará as consequências, sejam positivas ou negativas. Cabe aos pais tomarem a melhor decisão pensando na saúde de seus filhos: eles podem aderir às novas doses estabelecidas pelo Ministério da Saúde ou manter a vacinação praticada anteriormente em consultórios particulares e com médicos que ainda procedem desta maneira.

MBA - Vacina

 

HPV

Quanto à vacina HPV, há uma certa turbulência de opiniões quanto aos vários esquemas de aplicação. Minha opinião pessoal é que tais divergências somente serão dirimidas após alguns anos, quando se poderá avaliar se qual esquema é o ideal, através da diminuição dos casos de câncer de colo de útero em cada tipo de esquema estabelecido.

Poliomielite

Com a diminuição acentuada (quase extensão) da poliomielite em nosso planeta, passou-se a optar pelo uso da vacina contra poliomielite injetável (Salk), no lugar da oral (Sabin). Embora a vacina Sabin tenha mais eficiência que a Salk, a opção por esta última se deveu ao seu menor risco de complicações.

Pneumonia

Desde o surgimento desta vacina, alguns países, como o Brasil, optaram pelo sistema de 3 doses no primeiro ano de vida, com um reforço aos 18 meses. Outros países, entretanto, optaram por 2 aplicações no primeiro ano de vida, com um reforço aos 18 meses.

Após um grande período de avaliações, concluiu-se que ambos os sistemas de aplicações tem praticamente a mesma efetividade. Assim, o SUS decidiu por este esquema.

Meningite

A única alteração quanto ao esquema de aplicações foi a antecipação da dose de reforço de 15 para 12 meses.

Sobre o autor

Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros é autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas - Do nascimento aos 12 meses" e do livro “Pediatria Hoje”|Formado pela Faculdade de Medicina do ABC. Especializações e títulos pela Unifesp/EPM, Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California - Los Angeles (Ucla). Atuou por quase 30 anos no Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo, cargo que deixou para se dedicar ao seu consultório, a MBA Pediatria, e à literatura médica para leigos.

Sobre o blog

O objetivo deste blog é fornecer informações básicas relacionadas à área da pediatria. São abordados, de forma didática, temas que permeiam o universo da saúde da criança, como primeiros cuidados, doenças mais comuns, vacinação e alimentação. Desta forma, não visa receitar qualquer conduta médica, mas sim proporcionar conhecimento para que os visitantes tenham mais autonomia na escolha de um pediatra para seus filhos.

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