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Posso passar repelente no meu bebê?

Dr. Sylvio Renan

14/04/2015 18h08

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Um dos problemas de maior destaque é o crescente surto de dengue que vem se alastrando por diversas regiões, em especial, a capital paulista. Uma das formas de se prevenir da picada do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, é o uso dos repelentes de insetos. No entanto, muitos pais têm me questionado se eles podem ou não passar o produto nos bebês.

Em meio a uma época em que a incidência de doenças transmitidas por mosquitos só tem crescido, sendo a dengue uma das principais, devemos ter muito cuidado com nossos filhos e tomarmos certas precauções. Uma forma eficaz e segura de combate à dengue é passar os repelentes, que evitam picadas de insetos e protegem cerca de 80 à 95% dos casos.
A substância mais comum encontrada nos repelentes industrializados é a piperina, mas este princípio ativo não é eficaz no combate ao mosquito da dengue. Deve-se ter muito cuidado com os repelentes em crianças menores de 2 anos.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), os princípios ativos indicados são o Deet, que pode ser usado em crianças com mais de 2 anos, desde que não seja aplicado mais de três vezes ao dia, e o IR 3535, para crianças com mais de 6 meses. Estes produtos também são permitidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), porém é aconselhável ter orientação de um pediatra. Dos 2 aos 12 anos, é possível usar compostos com a substância icaridina. Os que contêm dietiltoluamida são permitidos apenas para pessoas acima dos 12 anos.

É importante ler o rótulo do produto com atenção. Gestantes e indivíduos alérgicos aos componentes dos repelentes também devem evitar o uso.
As sociedades médicas brasileiras e internacionais, como a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Academia Americana de Pediatria alertam que o repelente só deve ser usado em casos de real necessidade e com muita cautela, para que não provoque reações adversas nos bebês, preservando sempre a saúde deles.

Os repelentes devem ser evitados em bebês menores de 6 meses. Para protegê-los, recomenda-se que sejam usados macacões compridos ou calças. Outras medidas eficazes são os mosquiteiros e as telas nas janelas.

Procure vestir roupas brancas nos bebês e crianças pequenas. O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, é atraído por roupas coloridas, assim como perfumes. Também não deixe seu bebê dormir com repelente no corpo – dê um banho antes. Tal como qualquer medicamento, mantenha os repelentes fora do alcance das crianças e não permita que elas realizem a sua autoaplicação.

Sobre o autor

Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros é autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas - Do nascimento aos 12 meses" e do livro “Pediatria Hoje”|Formado pela Faculdade de Medicina do ABC. Especializações e títulos pela Unifesp/EPM, Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California - Los Angeles (Ucla). Atuou por quase 30 anos no Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo, cargo que deixou para se dedicar ao seu consultório, a MBA Pediatria, e à literatura médica para leigos.

Sobre o blog

O objetivo deste blog é fornecer informações básicas relacionadas à área da pediatria. São abordados, de forma didática, temas que permeiam o universo da saúde da criança, como primeiros cuidados, doenças mais comuns, vacinação e alimentação. Desta forma, não visa receitar qualquer conduta médica, mas sim proporcionar conhecimento para que os visitantes tenham mais autonomia na escolha de um pediatra para seus filhos.

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